quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Visita a exposição, Hemma Thomas- MAM

VER COM OLHOS NOVOS Admitindo que por beleza na arte se entende sempre a configuração do homem feliz — e eu acho que é verdade — segundo a idéia que uma época, um povo, um grande indivíduo que fixa suas leis por si mesmo, têm de um homem feliz: que indicações a arte dos artistas atuais, chamada realismo, vai dar sobre a felicidade do nosso tempo? É certo que esse é o gênero de beleza que captamos agora mais facilmente e que mais apreciamos. Por conseguinte, é preciso admitir que a felicidade atual, essa felicidade que nos é própria, encontra sua realização no realismo, com sentidos tão penetrantes quanto possível e uma concepção tão fiel quanto possível do que é real, portanto, de modo algum na realidade, mas no saber da realidade. Os resultados da ciência já atingiram tal profundidade e tal amplitude que os artistas deste século se tornaram, sem querer, os glorificadores da “suprema felicidade” científica! . Aforismo 433 - Nietzsche - Aurora

Nem sempre consigo ir em todas as exposições, mas sempre que posso vou, tive a grata surpresa na visita ao MAM/MT, foi muito bom poder ver artistas de Caceres expondo em Cuiabá, isso nos enriquece, me surpreendi com a beleza dos trabalhos, mesmo que o tema tratado nao seja belo em si, mas o realismo que as vezes não nos agrada, mas é real.
Parabéns aos artistas, fiz alguma fotos e estou compartilhando com os amigos, quem ainda não foi aproveite. 

Parabéns ao coletivo Emma Thomas.

Artistas plásticos de Cáceres utilizam a arte para a fim de provocar os espectadores de suas produções. O acervo surrealista em cartaz a partir do dia 20 de outubro, denuncia a violência doméstica que vitimiza mulheres, adolescentes e crianças.


Há um universo invisível aos olhos da sociedade que se materializa em relatos diários de boletins de ocorrência e reportagens que denunciam os horrores da violência doméstica. De tão costumeiros já não causam tanto impacto, ainda mais que a sociedade quer o belo e evita os temas sombrios e a arte é pretexto para desviar os olhos.


No entanto, um coletivo de artistas plásticos de Cáceres a utiliza com outros fins ao não se omitir em trazer à tona cenários sombrios que angustiam e provocam os espectadores de suas produções. O acervo surrealista com comprometimento social que escandaliza e denuncia, pode ser visto a partir do dia 20 de outubro, às 20 horas, no Museu de Arte de Mato Grosso, na exposição Hemma-Thomas.
Traços sombrios, personagens deformados e cenas bizarras são explorados pelo coletivo de mesmo nome, e idealizado por Michel Pereira, Neuracy Pedra e Carlos Bosquê. Com sua arte, eles peregrinam pelas mazelas humanas e o resultado é impactante.

Michel, também conhecido como Mihell, é um artista que tem vivenciado um processo plural de evolução artística. Já dedicou-se às gravuras, tatuagens, pinturas em diversas texturas, retratos, esculturas e até a curiosa modalidade da necromaquiagem. Sensível às causas do cotidiano, o trabalho que exigia uma série de viagens para ministrar cursos de arte em zonas rurais de todo o Estado o levaram a se confrontar com situações adversas e realmente tristes.

Muitas telas que ele exibe nesta exposição configuram-se como uma viagem à mente de abusadores e vítimas. Sobre um dos cenários que pensou para a mostra, ele revela detalhes sobre o Quarto Sombrio. “O quarto da criança que era para ser o seu porto-seguro, acaba por ser um ambiente de tortura. Quis representar a sombra do causador do dano, que destruiu a segurança que esta criança tinha”, instiga a curiosidade.

A parceira das artes, Neuracy Pedra, a Ita, traz em suas obras, a carga diária de violência que testemunha em seu trabalho junto ao Instituto Médico Legal de Cáceres, onde o coletivo surgiu e permanece ativo.

“Mesmo trabalhando neste ambiente, nunca vou me conformar com o tema. A violência é silenciada o tempo todo e quero dar minha contribuição em desfavor dela. O Hemma Thomas quer chamar a atenção para estes problemas que estamos fazendo vistas grossas. As telas que apresentam recriam histórias que realmente aconteceram”, ressalta.

Bosquê que também comunga dessa sensação de que o artista deve se colocar a serviço de transformações sociais, conta que quando produz suas obras é tomado por um senso de justiça. “Sinto indignação com este tipo de comportamento humano. Os seres sem cabeça são uma crítica à ignorância humana”, explica o artista que aposta no expressionismo surrealista.
De acordo com a diretora executiva do museu, Viviene Lozi, as obras expostas apresentam um rompimento com as noções tradicionais da perspectiva e da proporcionalidade o que resulta em imagens estranhas que exploram o inconsciente fora da realidade e da estética tradicional, buscando uma reflexão sobre a violação dos direitos humanos.

“O Museu de Arte celebra este momento de compartilhar com o público cuiabano e os que visitam nossa cidade a oportunidade de conhecer a produção destes três artistas e seu acervo singular. Que eles possam ser reconhecidos nos enigmáticos espelhos que construíram”.

A exposição conta com o apoio do Governo do Estado de Mato Grosso através da Secretaria de Estado da Cultura, Esporte e Lazer e da Secretaria de Estado de Direitos Humanos. “Queremos agradecer também à Universidade do Estado de Mato Grosso, ao Centro de Referência de Direitos Humanos e à professora doutora, Edna Luiza Almeida Sampaio que coordena o projeto Hemma-Thomas”.

O Museu de Arte de Mato Grosso é administrado via contrato de gestão com a Secel, por meio da Associação Casa de Guimarães e a entrada é franca!







Serviço:
Abertura Exposição Hemma Thomas
Dia 20 de outubro, às 20h
Local: Museu de Arte de Mato Grosso, que fica na rua Barão de Melgaço, antiga Residência dos Governadores)
A exposição segue até o dia 20 de novembro, com visitação de terça-feira a domingo, das 9 às 17h.
Informações (65) 3025-3221
Email: museudeartemt@gmail.com
Facebook: Museu de Arte MT
Livre para público acima de 14 anos







2 comentários: